Os sonhos sobrevivem nos olhos de quem não é feliz. Ao mais simples dos olhares sucedem-se ilusões de quem lê epopeias em versos solitários.
O vácuo da inexistência é preenchido por delírios auto-induzidos, onde um simples toque sempre origina uma noite de entrega. Um espelho, já não reflete a realidade, mas uma distorção criada a partir de peças de um desejo sem limites.
O silêncio é código.
A sombra é luz.
Viver torna-se castigo num presente que deveria ser já futuro; Cada dia é um passo lento em direcção à sublime ilusão alimentada delicadamente.
(Não quero acordar)
A crueldade da visão fustiga-me a alma.
(O real não pode existir)
Quero viver a doce mentira do nunca mais acordar.